Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

09.08.22

Quantas mais pessoas têm que morrer por conta dos ralis?


marta-omeucanto

Fotomontagem Luto - Pixiz

 

A edição deste ano, do Rali Vinho da Madeira, que decorreu entre os dias 4 e 6 de Agosto, ficou ensombrada pela morte de uma criança de 8 anos.

Quem viu o acidente, percebeu que três pessoas atravessaram a estrada a correr. Duas mais à frente, que chegaram ao outro lado a tempo, e a menina, que foi apanhada, em cheio, pelo piloto.

A violência do embate foi chocante.

Nem quero imaginar o que estarão a sentir os pais. É muito triste.

 

Mas a verdade é que há quem venha logo apontar o dedo aos pais.

Ah e tal, a culpa é dos pais.

Porque deveriam estar ali a tomar conta. Porque não deveriam ter deixado a menina atravessar. 

Pois... Pode ser.

Mas eu não vejo as coisas dessa forma, assim tão "preto no branco". 

 

Para mim, em primeiro lugar, a culpa é daqueles que insistem que os ralis se devem fazer na via pública, com o público todo a assistir, e a apoiar.

Por mais que venham dizer que as medidas de segurança foram todas tomadas, que não havia forma de prever os acidentes, e que se venham lamentar, depois, pelas tragédias, isso não serve para nada.

Os acidentes continuam a acontecer. 

Os ralis continuam a fazer vítimas.

E quem diz ralis, diz outras modalidades desportivas do género.

A diferença é que os ralis, dada a velocidade a que os pilotos circulam, são muito mais perigosos, e mortais.

 

Em segundo lugar, e é certo que é o público que, em parte, faz a festa, a culpa é daqueles que, sabendo os perigos que correm, insistem em ir ver.

Em ficar ali, à beira da estrada, sujeitos a que um dos carros se despiste, e vá para cima de si.

E não só se colocam a si em perigo, como também as crianças.

Afinal, é uma festa em família. Ou era suposto.

 

Nesse sentido, os pais serão culpados por terem permitido que a criança andasse por ali.

Talvez se tenham distraído, e nem deram pela criança atravessar.

Ou talvez estivessem seguros de que nada ia acontecer, e deixaram a menina à vontade.

Quem sabe com outras crianças, com amigos, com vizinhos, com outros familiares.

 

Deu para ver que atravessaram na passadeira (ou ao lado), e a correr. 

Sabiam que poderia vir um carro a qualquer momento. E que não iria parar, como em circunstâncias normais (e já nessas nem sempre param).

Talvez não tenham medido bem a distância, e o tempo.

O que se terá passado na cabeça deles, para o fazer, só eles saberão.

 

Certo é que uma criança morreu.

Alguém terá que ser responsabilizado.

Mas, enquanto se apura a culpa, os pais choram a morte da sua filha, que poderia ter sido evitada.

Agora, é tarde demais...

 

 

 

 

 

 

 

 

50 comentários

Comentar post

Pág. 1/3