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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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06.02.23

Rendas de Casa: Alguém Arranja Um “Quartinho”?


Filipe Vaz Correia

 

 

 

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Esta semana, em conversa com um amigo, fui confrontado com o preço das rendas de casa em Lisboa.

Perante o que ele me contava não pude acreditar, fiquei incrédulo, mas ao mesmo tempo desconfiado que o que ouvia fosse a realidade, sendo assim, resolvi fazer uma simples pesquisa no Google pelo mercado de arrendamento em Lisboa...

Fiquei absolutamente estupefacto.

Nada se encontra por menos de 1500, talvez 1300, que seja minimamente condigno, estou a falar de T1 ou T2 e claro que não no centro de Lisboa.

Vi casas em Benfica ou Algés em valores a rondar os 2000 ou 3000 Euros, algumas casas nos 6000 ou 8000 Euros.

Será possível?

Sim.

Mais...

Alguns senhorios, acho que a maioria, pedem actualmente 5 ou 6 meses de renda adiantados, leram bem, 5 ou 6 meses de renda adiantados.

Isto está tudo louco?

Rendas do nível de Paris ou Nova Iorque com os ordenados da Bulgária ou da Roménia?

Isto não é lei de mercado, é imoralidade gananciosa.

Como podem as pessoas, num País onde a média de ordenados deverá andar pelos 1000 Euros, pagar este tipo de preços?

Que tipo de esperança podem ter os jovens para construírem uma vida com este cenário de desventura?

O descongelamento feito pela Ministra Assunção Cristãs, das rendas, era necessário e até vital para um mercado que, há muito, asfixiava os senhorios, no entanto, feito desta forma selvagem inverteu o processo mas não retirou a injustiça e irracionalidade...

O mercado regula-se a si próprio.

Afirmação errada e várias vezes comprovada, este tem de ser minimamente regulado pelo Estado prevenindo que os abusos e a ganância se tornem a lei que levará ao definhamento da solução.

Já aqui escrevi em diversas situações que caminhamos para um cenário que me recorda o livro de Boris Pasternak, " Doutor Jivago".

Infelizmente parece que nada se aprende, nem com o tempo, nem com o ódio e muito menos com as cicatrizes que despoletaram, vezes sem conta, convulsões sociais de proporções inenarráveis.

E os vistos gold que ajudaram a esta crise imobiliária, inflacionando e retirando do mercado imensas casas, na lei da oferta e procura, permanecem sem um reflexão governativa.

Não sei para onde caminhamos, somente sei que não é por aí.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

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