Partilho convosco que o meu tempo de reflexão pré-eleitoral foi prorrogado para o período pós-eleitoral.

Caros(as), depois de um fim de semana impróprio para cardíacos não tive alternativa! Não fosse, o meu Sporting ter sido campeão e estaria ainda a definhar ante a realidade dos resultados eleitorais, para mim sobejamente traduzidos em tamanha confusão de ideias e ideais...

Não sei se me perdi algures, mas creio viver num país onde tanto se assinala o 25 de abril de 74, a democracia e os seus valores e agora dizem-me que um eleitorado "cansado e desiludido" numa espécie de "ensaio sobre a cegueira" aposta num futuro desenhado por uma extrema direita radical, povoada de representantes do tanto que esta mesma força política promete combater no nosso país... um eleitorado que migra da esquerda, até da esquerda mais esquerda, para a direita radical... porque "o pior cego é aquele que não quer ver".

Também não faço parte dos que entendem tais resultados como mérito desta forca política ou sequer da sua liderança. Entendo-os sim como demérito duma oposição inapta e medíocre, demagoga e assaz arrogante, escudada numa liderança birrenta com laivos de prepotência. Foi aliás, essa mesma oposição que nos conduziu a este momento eleitoral tão dispensável, onde nada se aprendeu. Uma vez mais tivemos de assistir a um discurso pueril sobre a valorização dos maus e o castigo dos bons imposto pela votação. Um discurso que persistiu na ideia de que todos os maus e alguns até sem idoneidade foram os premiados, dando um forte sinal de falta de reconhecimento da legitimidade do voto do eleitorado.

Pobre atitude a de quem nem sequer sabe perder, de quem não consegue reconhecer a derrota. Corrija-se o Delfim porque de má decisão em má decisão até à derrota que se viu na noite de domingo, muito pouco ou nada houve que honrasse o principal partido da oposição, valendo-nos apenas o fim deste ciclo encerrado com chave de ouro com a única atitude possível...

Agora é tempo de remediar... um tempo onde se espera que impere a moderação que já vimos existir na força vencedora a par da moderação de uma nova liderança da oposição para que se deixe trabalhar quem quer trabalhar e se alcance a tal da estabilidade da governação. É isso que o país precisa para ver se se arruma a casa! É isso, que nós cidadãos ansiamos!