Quantas vezes terás de correr; para encontrar aquele dono, esse receio de esquecer, uma imagem, um sonho; um amigo... Quantas voltas terás de dar; para perceber que se foi, que acabou por morrer, aquele afago ao entardecer, aquela presença a aquecer, esse pedaço da tua alma... Desespero ou loucura; entre um latido, soluçar; um olhar de ternura, que acabará por encontrar, a derradeira resposta... Fidelidade sem preço; nessa palavra ou amor, buscando esse (...)
Morreu Rui Nabeiro, um homem singular numa época de homens pequenos. Recebi esta notícia de forma triste e pesarosa pela admiração que nutria por esta pessoa que apesar de não conhecer sempre me cativou. Rui Nabeiro foi um homem para além do seu tempo, não só pela maneira como construiu o seu império no mundo dos cafés mas essencialmente pelo traço humano que sempre incutiu na liderança das suas empresas. Era alguém estimado no seu Alentejo, mas será justo dizer que (...)
"Há muitos anos que deixei de escrever entorpecido por um tempo de amarras infiltradas na minha sedenta vontade de sofrença." Não são palavras minhas mas sim de um velho amigo que parava no café central de Garvão, Baixo Alentejo, em certo tempo de outros momentos. Quando o Filipe me pediu para escrever, apesar de não nos conhecermos somos ambos filhos de um Baixo Alentejo que nos marca, recordei as palavras acachapadas deste velho sábio entre copos de vinho nas (...)