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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

23.09.24

Divagações...


Filipe Vaz Correia

      Não conto ao vento; Com medo do vento contar; Contando por um momento, Contando sem parar...   Cada imagem deste sentimento; Que sentindo quero gritar, Gritando com alento, Este meu imenso amar..   Este imenso amor; Que um dia foi só teu.    
19.01.23

Ilha do Príncipe


The Travellight World

Foto: Travellight | Ilha do Príncipe Ilha do Príncipe «Suave, doce, lânguida ilha De transparências súbitas»   A ilha do príncipe que o Ruy Cinatti amou Surgia devagar E ele debruçado na amurada do navio A viu emergir dos longes da distância No lento aproximar Flor que desabrocha à flor do mar Entre alísios vidros e neblinas Na salgada respiração da vastidão marinha Na transparência súbita   Eu cheguei mais tarde no ronco do avião Na bruta rapidez Porém também eu me (...)
28.07.22

Não basta abrir a janela


The Travellight World

Foto: The Travellight World | Convento de Cristo, Tomar Não basta abrir a janela Para ver os campos e o rio. Não é bastante não ser cego Para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. Há só cada um de nós, como uma cave. Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, Que nunca é o que se vê quando se abre a janela. — Fernando Pessoa —
19.05.22

Gato na Janela


The Travellight World

Foto: Travellight | Burano, Itália   Gato na janela Da janela vê o mundo Que se permite mostrar Fica horas só olhando O dia que vai passando Tranquilo, observando O vai e vem sem cessar. Logo cedo ele se aloja Depois de se espreguiçar Primeiro quer um afago Em seguida, sem embargo Começa a me rodear Para que eu abra a janela E espreita, através dela, Do alto do sexto andar A vida que vai passando E ele ali, só olhando Nem percebe ela passar. Daqui de dentro, pensando Meu gato analisando Sozinha fico a cismar
14.04.22

A um gato


The Travellight World

Foto: Travellight | Borba, Alentejo A um gato Não são mais silenciosos os espelhos Nem mais furtiva a aurora aventureira; Tu és, sob a lua, essa pantera que divisam ao longe nossos olhos. Por obra indecifrável de um decreto Divino, buscamos-te inutilmente; Mais remoto que o Ganges e o poente, É tua a solidão, teu o segredo. O teu dorso condescende à morosa Carícia da minha mão. Sem um ruído Da eternidade que ora é olvido. Aceitaste o amor desta mão receosa. Em outro tempo (...)