Quantas vezes terás de correr; para encontrar aquele dono, esse receio de esquecer, uma imagem, um sonho; um amigo... Quantas voltas terás de dar; para perceber que se foi, que acabou por morrer, aquele afago ao entardecer, aquela presença a aquecer, esse pedaço da tua alma... Desespero ou loucura; entre um latido, soluçar; um olhar de ternura, que acabará por encontrar, a derradeira resposta... Fidelidade sem preço; nessa palavra ou amor, buscando esse pedaço (...)
Teria um Milhão de coisas para te dizer; mas falta-me a voz, um milhão de coisas a escrever, mas treme a minha mão, um milhão de coisas a sonhar, mas não encontro a tinta, que, outrora, coloria o sonho... E se uma hora for demasiado; tomaremos um minuto, minuto por minuto, até percorrer a eternidade... Teria um milhão de coisas para te dizer; mas sei que não o preciso fazer, está escrito em meu olhar, nesse reflexo de amar, que em teu olhos habita... Minuto por (...)
Num canto da alma... Num cantinho bem guardado, ainda sobrevivem as velhas canções, as mesmas melodias de outrora e que segredadas alimentam a esperança. Mas escrever... Escrever compulsivamente, vai libertando o sentir, amarrando o querer nessa forma de desabafo que se confunde com a imaginação, imaginando, por vezes, o que nos céus se esconde. Essa vontade de suspirar em suspenso, de suspender o suspiro, sorrindo disfarçadamente, sem que o tamanho disfarce consiga (...)
Por vezes os dias são cinzentos, outras vezes clareiam um pedaço, numa paleta de cores, repletos sabores misturados sem fim. São reflexo da alma, de um sentir desmedido, uma esperança inebriante, nem sempre constante, por vezes sufocante que faz parte de nós. Por vezes os dias começam sombrios, tristonhos, medonhos, rasurando no papel, lembranças e querenças que ficaram guardadas nessa parte escondida do destino... Por vezes os dias começam brilhantes, sorridentes e (...)
Por entre os espaços silenciosos da consciência, se escondem vontades e saudades desse ninguém que um dia fui... Esse ninguém por construir, sem passado, folha em branco carregada de ambição, esperança e determinação. Num sono pueril, aquela puerilidade imensa que se entrelaça em nós, onde tudo é possível, faz sentido, em contraponto, com esse destino que nos arrasa, nos derruba, nos desconstrói... Nesse sono, tão terno, sobram (...)