As Mãos De Uma Velha…
Filipe Vaz Correia
Vi-te velhinha; De mãos ao vento, Vazias, calejadas, penduradas, Contando o tormento, E há muito abandonadas... Sentada na porta de uma casa; Com o desespero estampado no rosto, À espera que a morte dê asa, E lhe chame para o seu posto... Nesse dia quem passar; Não mais a irá ver, Provavelmente sem notar, Que a velha acabou de morrer... Mas o que importa uma mulher; Imunda, suja, desesperada, O que importa querer ver, Aquela alma cansada... Esquecemos é (...)