Uma Noite Com… Pedro Abrunhosa
sardinhaSemlata
Fui ao concerto do Pedro Abrunhosa com um grupo de amigos, comprámos um camarote e lá fomos nós.
A expectativa a mil e inacreditavelmente, ou não, foi inenarravelmente superada...
O concerto do Coliseu foi um regresso à adolescência, um suspiro temperado de futuro, um saltitar jovial que me transportou para tempos onde a leveza me caracterizava, um reencontro com a minha Mãe nesse cantar alentejano tão nosso, um breve brisa de imortalidade, uma mortalidade permanente mas tristeza de algumas letras.
Tudo foi perfeito, o jantar antes num restaurante nas Portas de Santo Antão, o concerto e a companhia, o drink depois num bar no centro da cidade...
As frases únicas e destemperadas do JB, o riso da Carmen, a afago e olhar da minha mulher, o bater descompassado do tempo.
Tudo fez sentido, tudo se compartilhou num estranho e desarmante instante.
Pedro Abrunhosa é um génio, na construção das suas melodias, na composição das letras, das músicas, na excelência dos tempos e dos compassos, no animal de palco que respira e amarra, no espaço que sabe dar a quem com ele partilha aquele momento mágico no palco.
O derradeiro adeus, onde com todos presentes, ele opta por sair primeiro deixando os aplausos para toda a sua equipe é um simples indicador da grandeza maior de um grande artista.
Não podia esperar mais, não podia ser maior...
Um senhor no caminho, um senhor na postura, um senhor na plenitude imensa de alguém que será imortal.
Não posso deixar de aqui referir a música "Para os braços de minha Mãe", acompanhada pelos Camponeses de Pias...
Arrepiante, intemporal, arrebatador.
Um momento único e inesquecível, onde reencontrei a minha querida Mãe, em espírito, em rima e verso...
Não podia ter gostado mais.
Filipe Vaz Correia