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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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19.04.21

Verus Amor? Uma Ode Poética De Um Incorrigível Romântico...


Filipe Vaz Correia

 

 

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Já velhinho vai caminhando esse recordar que soçobrou, parte de um passado que descarrilou, esmoreceu...

Pedaços de poesia sem freio, cartas ao vento carregando o tormento prometido, ousando sonhar com o que se perdeu, suspirando...

Suspirando, por entre, letras e palavras as desassombradas e piedosas esperanças, lançadas ao mar, numa garrafa verde fosca.

Oiço ao longe, em infinitos quadros, retratos de mim mesmo, em realidades alternativas que se escondem infinitamente, numa infinitude que esmaga e absorve, observa e entrelaça nessa imensidão de sentir tão arrebatadora...

Estranha forma de esperança, que quebra e balança, pejada de queixumes, almas ao lume, aguardando esse senão que sempre espreita.

Não existe tempo para contemplações pois o amanhã sempre ameaça desconstruir esse castelo de sonhos que insistimos em construir, essa fortaleza de querer, tão frágil, destemperadamente desprotegida.

Mas porquê amar?

Porque razão se insiste nessa busca romântica por esse enquadrar de um olhar, nesse arfar descompassado, descompensado, desalinhado?

Como nesta falta de nexo, neste escrever sem parar, se perde a noção de uma razão para descontraidamente expressar a sensação de um universo repleto de sentidos, crenças, destinos.

Viagem após viagem, por entre, vidas ou carruagens, se vai buscando esse encontro, reencontro que marcará todas as vidas, numa só...

Buscando, sem olhar para trás, o singelo momento de te tocar.

E se esventrar...

Que esventre!

Se arder...

Que arda!

Se doer...

Que doa!

Se infinitamente desaparecer...

Voltaremos então, uma e outra vez ao mesmo lugar, ao mesmo tempo, sempre a esse tempo, mesmo que diferente na aparência, para nos podermos  reencontrar infinitamente.

Pois é assim...

O verdadeiro amor.

 

Filipe Vaz Correia