Viajando Por Entre Sabores
Filipe Vaz Correia
Ontem ao jantar num restaurante chinês com a minha mulher e uma querida amiga veio à conversa memórias da minha infância despoletadas por um pudim chinês (mandarim) que me levou a viajar até ao refeitório do meu colégio.
Daquele pudim na mesa do restaurante voei até à hora de almoço no Externato Paula Vicente com aqueles pudins em taça de metal...
Queimados e deliciosos, dali e sem parar sobrevoei o empadão de arroz com atum que me levava à loucura numa experiência única e inesquecível, de tal maneira que obriguei a minha mãe a falar com a directora do colégio, a Professora Jesuína, para que descobrisse a receita.
Ainda hoje a faço.
De facto, por incrível que pareça, viajamos através dos sabores e conseguimos por entre eles caminhar por momentos e memórias nossas construídas e vividas nesse entrelaçamento de cheiros e sabores.
Ali amarrei olhares e pessoas, abraços e temores, pedaços do que um dia vivenciei enquanto criança.
Por vezes não damos valor ao momento e nessa correria que marca a vida regressamos sem esperar a um passado que se torna presente.
Claro que o pudim não era o mesmo, afinal este era chinês, nem a taça de metal marcava presença mas mesmo assim parecia que poderia sentir em cada colher um resquício de um sabor familiar.
Para terminar vos deixo a música que recentemente descobri e que não consigo parar de ouvir...
Torna a Casa dos Maneskin.
Espero que gostem...
Filipe Vaz Correia