Violência Doméstica: Uma “Justiça” a Brincar
Filipe Vaz Correia
Ao ler o Jornal Expresso reparei numa notícia que me deixou incrédulo, no entanto, trata-se da mais pura verdade...
Uma Juíza do Tribunal da Amadora, responsável por um caso de violência doméstica, onde o crime de ofensa à integridade física foi provado, decidiu suspender o processo e ordenar ao agressor um passeio lúdico com a vítima, propondo um jantar, concertos, espetáculos e teatro.
O conselho superior de magistratura diz estar a acompanhar o processo mas não ter neste momento competências para interferir.
Muito bem...
Apraz-me dizer uma ou outra coisa sobre este caso:
Em primeiro lugar, deixar claro que acredito que deveria ser retirado este processo, ou qualquer outro, do foro desta Juíza, claramente incapaz para julgar quem quer que seja.
Em segundo, para bem da própria, ser realizado um exame do foro psiquiátrico à dita Juíza pois na melhor das hipóteses a senhora não se encontra bem de cabeça.
Por fim, expressar o descaso com que se tratam este género de casos em Portugal, repetindo-se ano após ano o número de mortes devido à violência doméstica, a forma leviana com que as vítimas são negligenciadas queixa atrás de queixa até, em muitos casos, se deparar com a morte.
Infelizmente quem julga está impreparado para se colocar no lugar do outro, sentir empatia, desvalorizando este drama e aplicando aquele velho jargão popular...
"Entre Marido e Mulher ninguém mete a colher".
E assim continuamos em pleno século XXI a observar casos destes, com o silêncio esmagador da sociedade civil.
Que se puna quem agrediu e não menos importante quem, no seu papel de garante das liberdades, foi conivente com o agressor.
Filipe Vaz Correia