Votar
Sarin
Diz a Constituição que o exercício do direito de sufrágio é um dever.
Foi um percurso muito longo e árido, este palmilhado até conseguirmos votar, nós mulheres portuguesas, nós cidadãos portugueses de todas as etnias, nós cidadãos livres a votar em consciência. Só em 1976 tal aconteceu. E sim, o machismo teve tudo a ver. O racismo teve tudo a ver. O fascismo teve tudo a ver.
A Democracia consagrou o voto como livre e direito de todo o cidadão com mais de 18 anos. No caso das Presidenciais, todo o cidadão português com mais de 18 anos - e apenas os portugueses, de bem e de mal, pois que os cidadãos de outras nacionalidades que entre nós residam estão abrangidos pelas leis dimanadas da Constituição que o Presidente tem como função defender, cumprir e fazer cumprir, mas não podem ser representados pelo nosso mais alto magistrado.
Não é que o Presidente da República não deva velar também por estes, que deve!, mas representa os cidadãos portugueses, apenas isto.
É confrangedor ver como alguns candidatos não percebem estas coisinhas básicas, e depois andam por aí a falar de mundos e fundos... para exemplo, qualquer um que fale em adiamento das eleições merece ser descartado, chumbado - uma leitura atenta da Constituição permite perceber que essa é uma impossibilidade constitucional, ou uma possibilidade inconstitucional, como queiram. Há uns quantos que falham logo o exame do "fazer cumprir" só com a sugestão... e há um que falha o "defender". Mas deles falarei na próxima semana.
Hoje só vos queria lembrar do voto. Do poder do voto. Da importância do voto. Do vosso, de cada um de vós. Votem.
Eu vou votar dia 17. Depois conto.
Entretanto, fiquem muito bem. Com O Trovante.