YouTube, educação e liberdade de expressão.
JB
A propósito do post de ontem da minha colega sardinha, resolvi escrever sobre este tema.
Perguntava o Triptofano, se nós, pais e educadores de gerações mais novas, deveríamos ter medo do YouTube. Quem diz YouTube, diz Tik Tok ou Canal Panda. Volta e meia existem umas polémicas, grupos de adultos mais ou menos organizados, juntam-se para protestar ou fazer uma famosa petição contra A,B,C ou D. Sou sempre contra esse tipo de movimento. Cabe à família educar os filhos. Cabe à escola ensinar. São coisas muito diferentes. A escola deve apresentar os valores da sociedade que representa, se pública. Se fôr privada deve ensinar a fé que lhe deu origem ou o que bem entender. Não quer dizer que todos os alunos que saem da mesma escola pensam da mesma maneira. O papel da família é mais importante é muito mais abrangente. A família deveria dar as bases sólidas da personalidade; ferramentas como o cepticismo, a lógica e a perspicácia. A escola deve dar os seus pontos de vista, o conhecimento factual e promover a discussão de ideias.
Não me incomoda nem um bocadinho que os meus filhos estejam num colégio religioso. Que lhes ensinem que existe um céu e um inferno, que existe um Deus que nos ama tanto que sacrificou o seu filho por nós sem ninguém pedir nada. Acho excelente, promove conversas interessantes cá em casa e ninguém tem certezas de nada. Continuamos todos a aprender. Sou radicalmente contra proibições.
Respondendo diretamente à pergunta, sou categórico. Não, não há que ter medo do YouTube. Há que estar atento, como quando se sai à rua. Não há que ter medo da rua, mas convém ter cuidado quando se sai.
Alguns queixam-se que o YouTube e derivados andam a cancelar canais de forma pouco clara. Acho preocupante e acho que se deve investigar. Mas não confundo opiniões diferentes com mentiras e hoje em dia cada vez mais existem mais páginas e sites dedicadas a espalhar falsidades e veneno. Esses podiam e deviam todos fechar. Não sei quem terá a tarefa ingrata de ser o juiz e executor dessa 'censura'. Mas algo tem que acontecer para não cairmos num esgoto ainda mais profundo e mal cheiroso do que aquele onde já parecemos estar. Nos EUA, já existem campanhas a acusar Joe Biden de pedofilia, usando uma fotografia do próprio como prova, a segurar na cara do neto no enterro do próprio filho. Inaceitável.
Cerca de um quarto dos americanos não acredita no holocausto, 10% acham que a culpa foi dos judeus. Quando eu era novo, dizia-se que os EUA eram o país mais evoluído do mundo.
Olhando para eles hoje parece uma anedota não é?
JB